Dor de Cabeça em Crianças, é normal?

Este é um problema mais comum do que muitos imaginam, mas na maioria dos casos não costuma ser grave – o que não quer dizer que devemos deixar de lado esses sintomas se persistirem por muito tempo, ou for recorrente demais.

Os dois principais tipos de dor de cabeça nessa faixa de idade são a enxaqueca – que pode atingir cerca de 9% das crianças pequenas e 23% dos adolescentes – e a cefaleia tensional, muito frequente nos jovens, especialmente no início da adolescência.

A enxaqueca normalmente é caracterizada por uma dor latejante, mais pulsátil, geralmente dos dois lados da cabeça, algumas vezes associada a náusea e vômito, além da aversão à luz e ao barulho. Pode ou não vir acompanhada de dor abdominal e de alterações visuais, conhecidas como aura.

A dor de cabeça tensional, no entanto, ocorre quando há um tensionamento da musculatura, é um pouco mais leve e pode ocorrer dos dois lados da cabeça, sem sintomas de náusea e vômito. Muitas vezes uma sessão de relaxamento total, de menos de 3 minutos, será suficiente para parar este sintoma específico.

Gatilhos: Segundo os médicos pediatras, existem alguns gatilhos e fatores ambientais que costumam estar associados ao surgimento da cefaleia nas crianças e adolescentes, por isso é tão importante avaliar detalhadamente a história do paciente (se ele tem um histórico de dor e piorou ou se é uma dor que acabou de começar), o padrão da dor, a frequência com que a criança se queixa e se existe uma predisposição por causa de histórico familiar.

Os principais gatilhos são alterações ambientais, fatores emocionais, qualidade do sono ruim, alterações hormonais (comum em adolescentes na fase da puberdade) e alimentação (com abuso de corantes artificiais, embutidos, cafeína, e até mesmo a alguns tipos de queijo, entre outros).

É muito comum os pais chegarem no consultório do neurologista desesperados, sempre achando que a dor de cabeça do filho é algo mais grave porque já passaram pelo oftalmologista e pelo otorrinolaringologista e não descobriram nada. Mas, na maioria das vezes, o problema é primário – isto é, sem causa específica – e geralmente se consegue resolver com pequenas mudanças de hábitos.

É importante desmistificar essa questão. A criança pode, sim, ter dor de cabeça, assim como os adultos. Entretanto a reação oposta (não se importar com esses sintomas) pode ser perigosa em algumas situações, portanto temos que ficar de olho em alguns sinais:

Os sinais de alerta para que os pais busquem ajuda médica são:

• Observar se a dor é aguda;

• Verificar se é uma dor que vem piorando com o tempo;

• Avaliar se houve uma mudança de padrão no tipo da dor e a frequência das queixas.

Se uma criança tiver mais de um episódio de dor num mês, é preciso investigar. Em geral, quando a causa está associada a problemas de sono, estresse ou problemas alimentares, pode ser controlada apenas com mudanças de hábitos, sem o uso de medicamentos.

A primeira orientação dos pediatras em geral é remover os possíveis gatilhos e mudar o estilo de vida para evitar as crises. O uso de medicamentos é recomendado para poucos casos. Geralmente o tratamento dura de três a seis meses.

É de se ressaltar que os exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética, são solicitados apenas quando a causa da dor é secundária. O uso de analgésicos também deve ser feito com muita moderação, pois o consumo exagerado de medicamentos pode causar um efeito rebote e desencadear uma dor crônica.

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