Parece até um interruptor! Cientistas descobrem como o cérebro percebe os cheiros
Em um estudo publicado na revista científica Cell Reports, um grupo da University of Rochester buscou entender se o cérebro processa os cheiros de forma instantânea ou evolucional, e a descoberta é que a “decodificação” dos aromas pode acontecer desses dois modos.
Anteriormente, cientistas da Langone Health University apontaram que a percepção do cheiro pelo cérebro funciona como notas musicais, ou seja, por meio de um reconhecimento de padrões diferentes de ativação conhecidos por gerar sensações de odores específicos.
Indícios do estudo: Neste caso mais recente, os pesquisadores desenvolveram um modelo para simular o funcionamento do sistema olfativo inicial, rede da qual o cérebro depende para sentir e interpretar os cheiros.
Através de simulações de computador, os autores do artigo descobriram que fibras centrífugas (conjunto de conexões que transportam impulsos de outras partes do sistema nervoso central para as primeiras regiões sensoriais do cérebro) alternam entre duas estratégias diferentes, como uma espécie de interruptor.
Conforme dissertam os cientistas, quando as fibras centrífugas ativam o primeiro estado, as células do córtex piriforme (responsável por formar a percepção de um odor) dependem do padrão de atividade dentro de um determinado instante no tempo. No outro estado, as células do córtex piriforme detectam e classificam o cheiro com base nos padrões de atividade cerebral ao longo do tempo.
Resultados: Esses processos sugerem que o cérebro tem múltiplas respostas para interpretar e reconhecer um cheiro. Numa estratégia, o cérebro ativa como uma pintura ou uma fotografia, em um determinado momento para capturar as características essenciais do odor. Na outra estratégia, o cérebro acompanha os padrões em evolução. Está sintonizado com quais células ligam e desligam e quando – de uma forma bem liberal: “como uma sinfonia”.